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Como começar como freelancer em 2024: 4 estratégias possíveis
Como começar como freelancer em 2024: 4 estratégias possíveis, da mais fácil para a mais difícil.
Decidiste começar como freelancer este ano. Entre as razões para isso, as mais comuns são a procura por um melhor equilíbrio entre a vida profissional e a vida pessoal, mais flexibilidade de tempo e horários, ou estar à procura de um rendimento extra – que é como quem diz, ou mais liberdade, ou mais dinheiro, ou ambos.
Primeira coisa a saber: é para ti?
Ser freelancer, e trabalhar por conta própria no geral, não é para todos – e está tudo bem. Teres liberdade de horário também significa que dependes da tua vontade e da tua motivação para que as coisas aconteçam; e, se ao mesmo tempo acumulas com trabalho por conta de outrem, o desejado equilíbrio com a vida pessoal pode ser difícil de encontrar se tens de trabalhar horas extra depois de um dia de trabalho inteiro.
Ao experimentares ser freelancer, ou ao começares um negócio, até podes perceber que não é o que esperavas, mas é bom dares-te algum tempo para ver resultados. Vai exigir tempo, paciência e disciplina para começares a colher frutos de maneira consistente, independentemente da estratégia que escolheres.
Segunda coisa a saber: como definir o serviço que ofereces
Há duas formas de decidir o serviço que vais oferecer.
De dentro para fora
É o ponto de partida que conhecemos normalmente: eu sei fazer isto, logo, vou oferecer este serviço. Aqui a lógica é partires de ti para definires qual vai ser o teu serviço e, eventualmente, o teu público-alvo.
Podes listar o que sabes fazer, o que gostas de fazer e quais são os teus interesses e encontrar cruzamentos entre os três. Por exemplo, se sabes programar, gostas de construir sites e interessas-te por sustentabilidade, podes procurar construir a tua oferta à volta de um serviço de web design tendo em conta a pegada carbónica digital, atraindo assim clientes alinhados com os teus interesses e a tua marca pessoal.
Esta abordagem é especialmente boa para quem procura mais gratificação profissional.
De fora para dentro
De um ponto de vista mais prático, podes pensar ao contrário: encontrar uma necessidade no mercado e criar um serviço que venha colmatar essa falha. É um pensamento mais de empreendedor e menos de freelancer e adequa-se especialmente a quem procura rendimento extra, porque podes dar por ti a construir um negócio muito mais interessante e complexo do que trocar o teu tempo (e aptidões pessoais) por dinheiro.
4 estratégias possíveis, entre muitas
1. Plataformas freelancer
Desde o Upwork, ao Fiverr, ao Freelancer.com, entre muitos outros. As plataformas de trabalho freelance juntam oferta (tu e outros prestadores de serviços) com a procura (potenciais clientes de todo o mundo).
Estas plataformas têm regras próprias que deves seguir sob pena de seres expulso (por exemplo, não podes usá-las para “pescar” clientes e depois fazeres o projeto por fora) e têm algoritmos individuais que te vão privilegiar conforme vais crescendo a tua reputação dentro da plataforma que escolheres.
É importante perceber aqui que, dentro da plataforma, estás a competir com freelancers de todo o mundo, o que significa competires com freelancers de países em que a moeda vale menos, ou que estão dispostos a fazer o mesmo serviço por muito menos dinheiro.
Nem sempre os potenciais clientes estão à procura do valor mais baixo – muitas vezes procuram trabalho com qualidade, mesmo que o preço seja mais alto – mas é inevitável que, nesta estratégia, tenhas em consideração que vais competir pelo preço. Primeiro, porque os clientes não te conhecem e é mais difícil criares uma relação de confiança, e depois pela lei da oferta e da procura, se há muita concorrência no serviço que prestas, para muitos desses freelancers, a vantagem competitiva vai ser baixar o preço.
2. Um jogo de números: contacto direto
Outra estratégia possível é, depois de perceberes qual é o teu cliente ideal, começares a contactar diretamente todos aqueles com quem gostavas de trabalhar.
Isto é, à partida, um jogo de números: quanto mais contactos fizeres, maior a probabilidade de conseguires um novo cliente, mas exige tacto e muita pesquisa. Apesar de ser uma questão de números, quanto mais souberes sobre cada cliente, o contexto do negócio, possíveis razões para te contratar, e quanto mais bem escrito e personalizado for o contacto, mais certeiros vão ser os teus esforços.
Um contacto pode ser uma mensagem em redes sociais, pode ser um e-mail (a abordagem mais tradicional), pode ser um envio para a morada da empresa, pode ser uma chamada: cada situação pedirá a sua abordagem.
Lembra-te também que não estamos aqui a falar de e-mails tipo template, que envias em série para 500 potenciais clientes. Cada contacto deve ser pensado.
Faz pesquisa e torna o pretexto interessante e pessoal. Não vejas estes contactos como uma tarefa, mas como uma estratégia deliberada e ponderada. Responde a esta pergunta: o que pode levar esta pessoa a interessar-se o suficiente para responder ao meu e-mail?
Depois do contacto estabelecido, se não conseguires fechar uma venda porque não é o momento certo, é importante mantê-lo ao longo do tempo para que o cliente não se esqueça de ti quando as circunstâncias mudarem.
3. Criar autoridade
Sobretudo se trabalhas para pequenos negócios ou para clientes finais, podes considerar posicionares-te como autoridade e especialista no teu serviço específico.
Como fazes isso? Através de participações em podcasts, escrita de artigos para publicações online e impressas, e, claro, através das redes sociais. Tal como na estratégia anterior, o objetivo não é disparares por todo o lado a ver se acertas, mas sim pensares quais são os canais e as plataformas onde faz mais sentido estares, de acordo com o teu cliente ideal.
Usar as redes sociais para conseguir clientes exige tempo, dedicação e esforço de consistência, exige também aprenderes o básico sobre marketing digital e como funcionam as plataformas. Antes de seguires por essa via, percebe o custo-benefício (em dinheiro ou tempo) de a escolheres.
4. À moda antiga, o passa-palavra
É ponto assente em quase todos os freelancers que a maior parte dos nossos (bons) clientes vem de recomendações de outros clientes ou pessoas que nos conhecem.
Isto parece aleatório, mas pode ser transformado numa estratégia se feito de forma intencional. Se pensares, provavelmente também é assim que encontras prestadores de serviços que precisas: perguntando aos teus amigos se conhecessem alguém que faça isto ou aquilo.
Se já tens clientes passados com quem gostaste de trabalhar, retoma o contacto com eles, percebe se há algo em que os possas ajudar, e pede-lhes que te recomendem uma só pessoa ou empresa de quem gostem e que acham que beneficiaria dos teus serviços.
Se estás a começar, precisas de pôr a bola a rolar pela primeira vez. A minha sugestão é que procures primeiro à tua volta. Mesmo as pessoas que nos são mais próximas podem não saber o que fazes. Fala com quem está à tua volta sobre o teu trabalho e mostra-te disponível, publica nas tuas redes pessoais o que fazes e que estás aberto a agendar novos projetos, e faz uma lista de 5 a 10 pessoas que conheces dentro da tua rede e que te podem ajudar a conseguir novos clientes.
Em todas as estratégias, deves considerar:
- É importante ter um site ou uma página simples que dê feedback e confiança quando potenciais clientes te procuram online;
- Não demores muito tempo a responder a pedidos de orçamento e primeiros contactos;
- Respeita o tempo dos teus clientes como pretendes que respeitem o teu;
- O teu melhor cartão de visita é um trabalho bem feito e um cliente satisfeito.
Sabe mais sobre o projeto da Sofia Rocha e Silva em:
https://luscofia.com/