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Plano 20 - 30: uma leitura de oportunidades!

Atualizado a

Confira aqui algumas notas sobre a Visão Estratégica para o Plano de Recuperação Económica de Portugal, documento chave para aplicação dos fundos comunitários.

Plano de recuperação - Imagem blog

Na sequência dos efeitos adversos que a pandemia COVID-19 está a fazer abater sobre a economia nacional, o governo solicitou ao professor António Costa Silva a elaboração de um roteiro de prioridades que deverão ser observadas para a recuperação da economia nacional. As prioridades identificadas servirão de base ao Plano de Recuperação a submeter à Comissão Europeia para aprovação da alocação dos fundos europeus disponíveis. Apresentada a 21 de julho de 2020, a Visão Estratégica é um documento que está ainda aberto a contributos de todos os interessados, que poderão fazer chegar os respetivos contributos até 21 de agosto de 2020.

O documento está dividido em 10 eixos, a saber:

  • Rede de Infraestruturas Indispensáveis;
  • Qualificação da População, a Aceleração da Transição Digital, as Infraestruturas Digitais, a Ciência e Tecnologia;
  • Setor da Saúde e o Futuro;
  • Estado Social; 
  • Reindustrialização do País;
  • Reconversão Industrial; 
  • Transição Energética e Eletrificação da Economia, 
  • Coesão do Território, Agricultura e Floresta, 
  • Novo Paradigma para as Cidades e a Mobilidade; 
  • Cultura, Serviços, Turismo e Comércio

Uma leitura superficial do documento evidencia a preocupação de investir nas pessoas e na sua adaptação a uma realidade mais digital assim como na reindustrialização e reconversão industrial, com o apoio à tesouraria das empresas que se revelem viáveis. Esta alteração deverá ser feita com a adaptação de pólos industriais para uma produção que seja estrategicamente concertada com mercados de proximidade ou com os quais sejam estabelecidos outro tipo de relações que facilitem algum tipo de vantagens concorrenciais. O plano defende ainda uma aposta na coesão territorial como forma de direcionar importância para as fileiras e ecossistemas empresariais agrícolas e de floresta.

Este plano estabelece ainda a dinamização da economia a pelo incentivo ao investimento e à construção do capital destruído durante os meses de paragem e diminuição drástica de consumo impostos pela emergência sanitária, enquadrando a alteração dos hábitos de consumo de produtos e serviços quer por parte do mercado interno quer por parte do mercado externo. 

Estabelecendo uma visão holística e integrada das potencialidades de Portugal, o gestor da Partex, empresa petrolífera até há pouco pertencente ao universo da Fundação Calouste Gulbenkian, avança a necessidade do país se virar mais para o Oceano Atlântico, como potência de ligação entre várias comunidades em que Portugal tem papéis ativos a nível cultural, económico e geopolítico. Defende ainda um ajustamento a um novo modelo de globalização com uma diminuição de trocas que darão ênfase às produções geograficamente locais.

Aponta-se ainda a necessidade de diversificar a economia nacional, tornando-a mais resiliente e alinhando-a com as estratégias de autonomia da União Europeia, de enfrentar o envelhecimento da população portuguesa para que se contrarie também a diminuição da população ativa, cujas contribuições condicionam a atividade e iniciativas do Estado Social. Assim, o gestor defende que a economia deverá ser inclusiva e funcionar a favor das pessoas. Passa ainda pelas prioridades identificadas a melhoria da capacitação digital do Estado para simplificação da interação com os cidadão e com as empresas no que diz respeito a licenciamento de atividades económicas sem descurar os preceitos legais aplicáveis e compensando o envelhecimento dos trabalhadores da Administração pública.

Como oportunidades reveladas por este cenário o documento apresenta as disrupções tecnológicas, a alteração do paradigma energético para a descarbonização com iniciativas que deverão ter alguma relevância no mercado para conseguirem captar a atenção dos poderes políticos e de regulação. 

Poderá saber mais e consultar o documento na íntegra aqui: Visão Estratégica para o Plano de Recuperação Económica de Portugal.

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