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Fordismo vs Toyotismo - Porque trabalhamos desta maneira

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Saiba o porquê da organização do trabalho praticado nos dias de hoje e a herança de métodos praticados que nos trouxeram até aqui.

Fordismo vs Toyotismo Imagem Blog

O Fordismo é um dos pilares fundamentais de organização do trabalho que permitiu nas sociedades europeia e americana o desenvolvimento dos modelos de consumo alicerçado na especialização de tarefas e consequente aumento dos resultados de produção. Este modelo, permite a efetivação da produção em massa de bens normalizados e de custo baixo e, num cenário de mão de obra intensiva, contava com o aumento dos rendimentos dos operários para depois poderem comprar os próprios bens produzidos. Para contrariar os baixos níveis de capacitação dos colaboradores contratados, o Fordismo contava com o desenvolvimento de ferramentas específicas para ajudar na execução de tarefas complexas.

No entanto, este modelo produtivo que vigorou durante grande parte do século XX demonstrou no final da sua vigência uma clara desatualização das evoluções do mundo laboral com a sua rígida separação entre as funções de planificação e execução - entre a gestão e o operariado - o que provou ser um grande entrave à introdução de inovação no processo produtivo face ao grande déficit motivacional das grandes massas operárias de baixa instrução. A aplicação dos tempos e métodos provindo do trabalho de Henry Taylor e popularizado pelo Ford Modelo T começa a cair em desuso face à ascensão da indústria japonesa que começa a evidenciar-se durante a década de 80 daquele século, através da produção de pequenos domésticos, e de aparelhos de som e imagem, sucessos que mais tarde transferiu para o mundo automóvel através da penetração da Toyota nos mercados ocidentais.

O mundo laboral pós fordismo, ou toyotista, assenta em pressupostos de flexibilidade do mercado, das condições de trabalho e também na flexibilidade dos recursos humanos e reconhece a importância das tecnologias de informação e comunicação para o processo produtivo, os produtos devem ser desenhados e planeados segmentos de mercado bem definidos e caraterizados e que os serviços assumem predominância em variedade e tamanho da força de trabalho sobre a indústria.

O desenvolvimento do modelo de trabalho flexível deveu-se a Eiji Toyoda e ao especialista de produção Taiichi Ohno, que viram margem de evolução no modelo de Henry Ford e introduziram grandes alterações nas atividades de moldagem e prototipagem reduzindo-as em custo e em tempo. Assim, as alterações introduzidas ao produto final passaram a ser muito mais rápidas e muito mais baratas de fazer chegar ao mercado.

O Toyotismo adapta-se da melhor forma a mercados que evidenciem as seguintes caraterísticas:

  • Mercados e segmentos de mercado de pequena dimensão recetivo a grandes gamas de produtos com utilizações e contextos de consumo diferenciados;
  • Tenham uma força laboral de qualificações crescentes capacitados para a introdução de inovação das tarefas desempenhadas assumindo parte da responsabilidade pelos resultados atingidos;
  • Tenham legislação laboral flexível que permita à empresa ter a possibilidade de procurar melhorar os recursos humanos por melhor adequação à função, mas ao mesmo tempo, permita ao trabalhador não ficar a vida inteira a desempenhar as mesmas funções - gestos mecânicos e ter a possibilidade de, por sua iniciativa procurar uma função à qual se adeque melhor.

Esta visão da adaptação constante de trabalhadores e empresas às necessidades e condições de mercado continua a sofrer evoluções de modo a que as empresas consigam satisfazer o mais rapidamente possível as exigências temporárias de franjas de mercado com o mínimo de desperdício de tempo e recursos e a constante otimização do retorno de investimento.

Moloni
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