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Fatura v. Recibo: Guia completo para empresas em Portugal

Publicado a 23-10-2025
4 minutos de leitura

Para pequenas e médias empresas (PME) e empresários em nome individual (ENI), a distinção entre fatura e recibo pode gerar dúvidas.

No mundo empresarial português, a correta gestão documental é crucial para a conformidade fiscal e para a saúde financeira de qualquer negócio.Compreender a diferença entre fatura e recibo não é apenas uma questão burocrática; é uma necessidade para evitar erros, multas e garantir a transparência das suas operações.

Este guia completo desmistifica estas duas peças fundamentais da contabilidade, ajudando-o a saber quando usar fatura e quando usar recibo de forma eficaz e legalmente correta. 

O que é uma fatura?

No contexto fiscal português, uma fatura é um documento comercial obrigatório que detalha uma transação de venda de bens ou prestação de serviços. É o comprovativo legal de que uma operação comercial ocorreu entre duas entidades - o fornecedor (quem emite a fatura) e o cliente (quem a recebe). A emissão de faturas é regulada por lei e tem implicações fiscais diretas, servindo como base para o cálculo do IVA e para a dedução de despesas. É essencial para a contabilidade em Portugal e para o cumprimento das obrigações fiscais perante a Autoridade Tributária e Aduaneira.

Definição legal e fiscal

Legalmente, a fatura é um documento fiscal que atesta a realização de uma transação. De acordo com o Código do IVA (CIVA), a sua emissão é obrigatória para a maioria das operações realizadas por sujeitos passivos de IVA, independentemente de pedirem ou não o documento. A fatura serve como registo da dívida e do crédito, sendo fundamental para o controlo fiscal e para que ambas as partes possam declarar corretamente os seus rendimentos e despesas. Sem uma fatura válida, não é possível deduzir o IVA nem justificar certas despesas. A obrigatoriedade e as especificidades da fatura visam combater a fraude e evasão fiscal, garantindo a transparência das operações comerciais no país. 

Elementos obrigatórios de uma fatura

Para que seja considerada válida, uma fatura deve conter uma série de elementos obrigatórios, que garantem a sua conformidade fiscal. Estes elementos incluem:

    • Nome, morada e número de identificação fiscal (NIF) do fornecedor e do cliente;
    • Data de emissão e data de transmissão dos bens ou prestação dos serviços (se diferente);
    • Numeração sequencial da fatura;
    • Descrição dos bens ou serviços prestados, com indicação das quantidades;
    • Preço unitário líquido, taxas de IVA aplicáveis e o valor do IVA liquidado;
    • Valor total da fatura (líquido ou ilíquido de IVA);
    • Motivo de isenção de IVA, se aplicável;
    • Outras menções específicas exigidas pelo CIVA ou legislação complementar (ex: “autofaturação”, “IVA devido pelo adquirente”, “regime da margem”, etc.).

A ausência de qualquer um destes elementos pode invalidar a fatura e levar a penalizações fiscais. Um software de faturação certificado, como o Moloni, garante que todos estes elementos são automaticamente incluídos, facilitando o cumprimento das obrigações legais

Tipos de fatura

Em Portugal, existem diferentes tipos de faturas, cada um com a sua especificidade, mas todos com o propósito comum de registar uma transação.

    • Fatura Simplificada: Utilizada em transações de pequeno valor (até 100€ ou 500€ em casos específicos), onde a descrição dos bens ou serviços pode ser mais resumida e alguns elementos do adquirente podem ser dispensados;
    • Fatura-Recibo: Este documento combina as funções de fatura (registo de transação) e de recibo (comprovativo de pagamento) num só. É comummente utilizado por trabalhadores independentes (INE) ou pequenas empresas, quando o pagamento é efetuado no momento da transação. É uma excelente opção para simplificar a burocracia, pois o que é fatura-recibo abrange ambas as necessidade fiscais de forma eficiente;
    • Fatura Pró-forma: Não tem valor fiscal. É uma proposta comercial que antecipa os termos de uma futura fatura, usado para orçamentos ou para iniciar um processo de importação/ exportação;
    • Fatura Retificativa (Nota de Crédito/ Débito): Utilizadas para corrigir faturas emitidas anteriormente, seja para alterar valores, anular documentos ou ajustar quantidades.

O que é um recibo?

Um recibo é um comprovativo de pagamento. Ao contrário da fatura, que regista a dívida ou a transação, o recibo atesta que o valor correspondente a essa transação foi efetivamente recebido pelo vendedor ou prestador de serviços. A sua principal função é, portanto, provar que uma obrigação financeira foi cumprida. Embora muitas vezes associado à fatura, o recibo pode ser emitido para uma vasta gama de pagamentos, não apenas aqueles decorrentes de faturas. A sua correta emissão é importante para a transparência financeira e para a prova de liquidação de dívidas, sendo um documento complementar e não substituto da fatura em muitas situações.

Definição e propósito

A definição fundamental de o que é um recibo é que é a prova de um pagamento. É um documento que o credor entrega ao devedor para certificar que recebeu uma determinada quantia monetária. A sua utilidade estende-se a diversas situações, desde o pagamento de rendas, salários, serviços pontuais, até à liquidação de faturas. O propósito primordial do recibo é proteger ambas as partes: o pagador tem a prova de que cumpriu a sua obrigação, e quem recebe tem um registo interno do valor recebido. Este documento é crucial para evitar futuras disputas sobre pagamentos e para manter a organização financeira de qualquer empresa ou indivíduo.

Elementos essenciais de um recibo

Embora menos complexo que uma fatura, um recibo deve incluir elementos essenciais para ser considerado válido e eficaz. Estes são: 

    • Identificação do emitente (nome, NIF/ NIPC e morada);
    • Identificação do pagador (nome, NIF/ NIPC e morada);
    • Data de emissão do recibo;
    • Valor do pagamento (por extenso e em algarismos);
    • Descrição da finalidade do pagamento (ex:”relativo à fatura x”, “pagamento de renda”, “prestação de serviços”);
    • Assinatura (ou identificação eletrónica) do emitente.

A clareza e precisão destes elementos são vitais para que o recibo cumpra a sua função probatória. Um bom software de faturação e gestão, como o Moloni, permite emitir recibos associados a faturas ou avulso, garantindo a inclusão de todos os dados necessários e a respetiva conformidade.

Quando emitir um recibo

A emissão de um recibo é obrigatória sempre que há lugar a um pagamento de bens ou serviços, seja este associado a uma fatura previamente emitida ou não. Se o pagamento for feito no momento da venda de bens ou prestação de serviços, e a operação não justificar uma fatura completa (por exemplo, pequenos valores), pode ser emitida uma Fatura-recibo (como vimos anteriormente). No entanto, se uma fatura foi emitida e o pagamento ocorre num momento posterior, o recibo é o documento que atesta a liquidação dessa fatura. É também comum emitir recibos para o pagamento de rendas, salários, cotas, ou qualquer outra transação que envolva a transferência de valores monetários. É crucial que as empresas em Portugal emitam recibos de forma sistemática para manterem os seus registos financeiros em ordem e para provarem o cumprimento das suas obrigações fiscais e comerciais. 

Fatura v. Recibo: As principais diferenças 

A confusão entre fatura e recibo é comum, mas as suas funções e implicações legais são distintas. Embora ambos sejam documentos essenciais na vida empresarial, compreender a diferença entre fatura e recibo é fundamental para a correta gestão fiscal e contabilística. A fatura é o documento de dívida, o recibo é o comprovativo de pagamento. Esta distinção simples é a chave para a sua correta utilização. Para PME e ENI, uma gestão atenta a estes detalhes pode evitar muitas dores de cabeça com a Autoridade Tributária e Aduaneira. 

Diferenças legais e fiscais

A principal diferença legal reside na sua natureza: a fatura é um documento de transação que gera uma obrigação de pagamento e serve de base para o apuramento de impostos (IVA, IRC/ IRS). É exigida para a maioria das operações comerciais e o seu registo é fundamental para a comunicação do SAF-T(PT). O recibo, por outro lado, é a prova de que essa obrigação foi cumprida, ou seja, que o pagamento foi efetuado.

Fiscalmente, a fatura é o que permite a dedução de IVA e o registo de custos/ proveitos, enquanto o recibo apenas comprova a liquidação. A AT confere à fatura um peso legal e fiscal muito superior ao do recibo para efeitos de apuramento de impostos.

Diferenças na finalidade e momento de emissão

A finalidade da fatura é documentar uma venda ou serviço prestado, independentemente de ter sido pago ou não. A sua emissão ocorre, regra geral, no momento da realização da transação ou até ao quinto dia útil seguinte. Já o recibo tem a finalidade exclusiva de comprovar o pagamento e é emitido no momento em que o valor é recebido pelo credor. Por exemplo, pode emitir uma fatura para um serviço prestado em janeiro, mas só emitir o recibo em março, quando o cliente efetuar o pagamento. Em situações de pagamento a pronto, a fatura-recibo concilia ambas as finalidades, simplificando o processo.

Diferenças na contabilidade

Na contabilidade, a fatura é registada como um proveito (para o vendedor) ou um custo (para o comprador), impactando diretamente as demonstrações financeiras e o apuramento de resultados. O IVA da fatura é registado como liquidado ou dedutível. O recibo, por sua vez, impacta a contabilidade ao nível da tesouraria, registando a entrada ou saída de dinheiro, e a liquidação das contas de clientes ou fornecedores. Embora o recibo seja fundamental para a reconciliação bancária e a gestão de fluxo de caixa, é a fatura que determina o lucro tributável e o IVA a entregar ou a recuperar. O Moloni integra a gestão de faturas e recibos, facilitando a correta classificação contabilística.

Exemplos práticos de uso

Para clarificar a distinção entre fatura e recibo na prática, vejamos alguns cenários comuns em que PME e ENI se encontram, e como a diferença entre fatura e recibo se manifesta no dia a dia. Entender os exemplos de fatura e recibo é crucial para aplicar corretamente as regras e manter a sua contabilidade em ordem.

Cenários de emissão de fatura

    • Venda de produtos numa loja: Quando um cliente compra um produto, mesmo que pague de imediato, deve ser emitida uma fatura (ou fatura simplificada, dependendo do valor) com os detalhes do produto e o IVA;
    • Prestação de serviços de consultoria: Um consultor que presta serviços a uma empresa ao longo de um mês deve emitir uma fatura no final do mês ou no prazo legal, detalhando os serviços e o valor acordado, independentemente de o pagamento ser feito a 30 ou 60 dias; 
    • Obras de construção civil: Uma empresa de construção emite uma fatura para cada fase da obra concluída, ou para o valor total após a finalização, para registar a transação e o montante devido. 

Cenários de emissão de recibo

    • Pagamento de renda de um imóvel: O senhorio emite um recibo de renda ao inquilino cada vez que recebe o pagamento mensal.
    • Liquidação de uma fatura de telecomunicações: Após pagar a sua fatura de internet e telemóvel, a operadora disponibiliza um recibo a comprovar o pagamento;
    • Pagamento e serviços avulso por ENI: Um designer gráfico (ENI) que presta um pequeno serviço e recebe o pagamento no momento pode emitir uma fatura-recibo, que atesta tanto a transação quanto o seu pagamento. 

Situações em que ambos são necessários

    • Venda de bens a prazo: Uma loja de eletrónica vende um televisor a um cliente. Emite a fatura no momento de venda. O cliente paga em três prestações mensais. Para cada prestação paga, a loja emite um recibo a comprovar o recebimento da parcela, referenciando a fatura original;
    • Serviços de manutenção mensal: Uma empresa de informática presta serviços e manutenção mensal a um cliente. Emite uma fatura no início do mês pela prestação do serviços. Após o cliente efetuar o pagamento no final do mês, a empresa emite um recibo a comprovar a liquidação da fatura.

Estes exemplos de fatura-recibo ilustram como os dois documentos se complementam para uma gestão financeira rigorosa. 

A importância da correta emissão e gestão documental

A correta emissão e gestão de faturas e recibos não são meras formalidades; são pilares para a saúde fiscal e operacional de qualquer negócio em Portugal. Para PME e ENI, que muitas vezes operam com recursos limitados, a automação e a conformidade são ainda mais críticas. Erros ou omissões podem ter consequências graves, desde multas pesadas até a perda de credibilidade junto de clientes e fornecedores. 

Conformidade fiscal e legal

A emissão de faturas e recibos em conformidade com a legislação portuguesa é um imperativo legal. O incumprimento de regras relativas à faturação (como a obrigatoriedade de software certificado, a comunicação do SAF-T(PT) e o prazo de emissão) pode resultar em coimas significativas. Manter um registo rigoroso e organizado destes documentos é vital para auditorias fiscais e para provar a legalidade das operações da sua empresa. A digitalização destes processos, através de um software de faturação, não só garante a conformidade, mas também otimiza o tempo e os recursos.

Prevenção de multas

A AT aplica multas severas por irregularidades na faturação e na emissão de recibos. Falhas na numeração sequencial, omissão de elementos obrigatórios, emissão fora do prazo legal ou a falta de comunicação do SAF-T(PT) são apenas alguns exemplos de infrações que podem levar a penalizações financeiras. A utilização de um sistema de faturação certificado, que automatiza e valida estes processos, é a forma mais eficaz de mitigar estes riscos e garantir que a sua empresa cumpre todas as suas obrigações. 

Eficiência operacional e a solução Moloni

Uma gestão documental vai além da conformidade fiscal; impacta diretamente a eficiência operacional da sua empresa. Automatizar a emissão de faturas e recibos liberta tempo que pode ser dedicado a atividades mais estratégicas. Um software de faturação como o Moloni não só garante a conformidade com o SAF-T(PT) e legislação em vigor, como também simplifica o processo, desde a criação de orçamentos, à emissão de faturas e recibos e à sua comunicação automática à AT. A capacidade de gerar relatórios detalhados e integrar com a contabilidade da sua empresa torna a gestão muito mais controlada.

Como o Moloni pode simplificar a sua gestão

No competitivo mercado de softwares de faturação, o Moloni destaca-se como uma solução intuitiva para PME e ENI em Portugal. Entendendo a complexidade da fatura v. recibo e a necessidade de conformidade na contabilidade em Portugal, o Moloni oferece ferramentas que não só garantem o cumprimentos das obrigações fiscais, mas também otimizam a gestão diária do seu negócio.

Software de faturação intuitivo

O software Moloni foi desenhado para ser user-friendly, permitindo que mesmo utilizadores com conhecimento básico de termos financeiros emitam faturas e recibos de forma rápida e sem erros. A interface é intuitiva, as funcionalidades são claras e o sistema automatiza muitos dos processos que seriam demorados e propensos a falhas manuais. Com o Moloni, emitir uma fatura ou um recibo é uma tarefa simples e segura, com a garantia de que todos os requisitos legais estão a ser cumpridos, incluindo a comunicação do SAF-T(PT).

Modelos de fatura e recibo

Para além da facilidade de utilização, o Moloni oferece uma vasta gama de modelos de fatura e recibo personalizáveis. Isto permite que as empresas não só cumpram as suas obrigações fiscais, mas também mantenham uma imagem profissional e consistente na sua comunicação com os clientes. A capacidade de adaptar os modelos às necessidades específicas do seu negócio, mantendo a conformidade legal, é uma vantagem significativa, especialmente para quem procura uma solução completa e flexível para a contabilidade em Portugal. 

Conformidade com a legislação portuguesa

A constante atualização da legislação fiscal em Portugal exige que os softwares de faturação estejam sempre alinhados com as últimas normas. O Moloni é certificado pela AT e está em conformidade com todas as obrigações legais, incluindo o SAF-T(PT). Isso significa que as PME e ENI podem ter a tranquilidade de que os seus documentos fiscais estão sempre corretos e que a comunicação com a AT é efetuada sem percalços, protegendo-as de coimas e simplificando a sua vida fiscal.

Experimente a gestão simplificada 

Não deixe que a burocracia fiscal complique o seu negócio. Com as soluções de faturação do Moloni, pode gerir as suas faturas e recibos de forma eficiente, intuitiva e totalmente em conformidade com a legislação portuguesa. Simplifique a sua contabilidade em Portugal e dedique-se ao que realmente importa: fazer o seu negócio crescer. 

Dominar a diferença entre fatura e recibo é um passo fundamental para qualquer PME ou ENI em Portugal que aspire a uma gestão financeira e fiscal sólida. Vimos que, enquanto a fatura é o documento que gera a transação e a obrigação de pagamento, o recibo é a prova de que essa obrigação foi cumprida. Ambos são indispensáveis, mas servem propósitos distintos e complementares na contabilidade em Portugal.

A correta emissão, gestão e arquivo destes documentos são cruciais para a conformidade legal, evitando multas e garantindo a transparência das operações. Com as ferramentas certas, como um software de faturação certificado e intuitivo, este processo pode ser significativamente simplificado. Ao investir em soluções que garantem a conformidade e a eficiência, como as oferecidas pelo Moloni, a sua empresa estará mais bem preparada para prosperar no dinâmico ambiente de negócios português.  

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