O mundo está em constante mudança. Esta é uma verdade incontornável e que poderá ser verificada nos mais variados contextos e em especial  no contexto empresarial. É este o sentido que leva a refletir nos estilos de liderança e na influência que poderão ter no desenvolvimento empresarial e na forma de as empresas se adaptarem à realidade envolvente.

O líder empresarial ágil deve adquirir competências para adaptação rápida a novos processos tecnológicos, à transitoriedade de alinhamento de interesses dos vários stakeholders da empresa assim como a novas formas de trabalho que respeitem mais as pessoas e evidenciem novas e melhores formas de trabalho.

O estilo de liderança ágil tem a sua origem nos processos de desenvolvimento de software cujas caraterísticas inspiraram uma nova forma de gestão aplicada ao desenvolvimento de organizações e de projetos específicos. Este novo estilo de liderança revela-se excepcionalmente adequado face a mercados voláteis, incertos, ambíguos e de elevada complexidade em que a definição de valores comuns é feita de forma partilhada e os resultados construídos mesmo nas condicionantes referidas. É neste cenário que é exigido um novo tipo de controlo, em que as responsabilidades são também divididas pelos vários níveis da organização como forma de construção de valor, valor que por sua vez é também orientado para entrega ao mercado ou a um cliente em particular.

O líder ágil deverá centrar a sua atuação na diminuição do intervalo “do que deve ser” para “aquilo que é”, o que pode ser conseguido quando o líder ágil apresenta a sua perspetiva, atua sobre as pessoas que com ele colaboram e tem um conjunto de práticas que lhe permitem performar nos cenários de desenvolvimento de atividade.

Assim, a atuação do líder ágil centra-se em três eixos:

• Visão e Estratégia - neste eixo, o líder ágil faz a sua interpretação dos objetivos a atingir e apresenta-os de forma a que sejam claros para todos. Assim, todos sabem quais os objetivos que deverão ser atingidos e quais os caminhos a percorrer que tornarão esses resultados mais próximos;
• Relacionamento com pessoas - a efetivação de relacionamentos com significados é essencial para o sucesso da estratégia partilhada pelo líder ágil. Influenciar todos os stakeholders, traçando as bases para alinhamento de interesses (mesmo que temporários), prosseguir diligentemente as tarefas a que se propõe para que se constitua como exemplo inspiracional são algumas das exigências feitas a este tipo de liderança. São também essenciais a orientação para os resultados, as capacidades de negociação, a gestão de recursos e a capacidade de lidar e resolver crises organizacionais;
• Entrega de valor - é neste eixo que poderá ser incluído a gestão de risco e oportunidade, balanceando as circunstâncias em constante mudança para poder gerar valor positivo quer para as organizações que integram quer para as organizações para as quais entregam valor. A eficácia da liderança ágil deve também evidenciar-se na escolha das soluções técnicas mais apropriadas, na definição dos canais de comunicação e na definição dos compromissos mínimos de entrega e na priorização das tarefas a serem executadas e em que ordem para que os resultados sejam mais facilmente atingidos.

Os líderes ágeis trabalham para a colocação da organização numa perspetiva de futuro. Para isso tomam decisões inclusivas, participadas e partilhadas, assentes em conhecimento dedicado e especialista. Adaptam-se e ajudam toda a organização a adaptar-se, mas em última análise, entregam resultados.

Moloni